Precisamos falar de saúde mental
Durante
meus 25 anos de vida já tinha conversado e lido alguma coisa sobre depressão ou
ansiedade. Porém, até então, nunca tinha parado para pensar em saúde mental.
Depois
de inúmeros transtornos psíquicos, obviamente eu comecei a procurar mais sobre
saúde mental ou sanidade mental. E observei que na maioria das definições esse
termo é usado para definir o tipo de qualidade de vida cognitiva ou emocional
e, enquanto pesquisava sobre, achei tão simples a definição perto da
complexidade do assunto.
Como já falei
em outras publicações, eu sempre me achei um pouco ansiosa, porém nunca dei
muita importância pois pensava: quem não é ansioso hoje em dia?
Porém,
no ano de 2016 o meu corpo começou a dar alguns sinais de que minha saúde
mental não ia bem. Óbvio que eu ignorei esses sinais, e acredito que por falta
de conhecimento sobre o assunto.
Esses
sintomas giravam em torno de pálpebras tremendo em alguns momentos do dia, noites
de insônia, palpitações no peito, dores de cabeça constantes, cansaço,
tonturas, preocupação excessiva, irritabilidade entre outras. Acabei indo para
o hospital uma ou duas vezes por conta desses sintomas e os médicos falaram que
era estresse. Não me sentia estressada, então nem dei atenção e mantive a minha
rotina. Rotina essa que foi interrompida há nove meses, onde tive a minha
primeira crise.
No início foi difícil de identificar qual era
o transtorno que estava acontecendo comigo, tanto pela psiquiatra quanto pela
psicóloga. O quadro era tão complexo que eu só recebi um diagnóstico
“definitivo” sete meses depois.
Meu
diagnostico inicial foi de TRANSTORNO
PSICÓTICO AGUDO, tendo como alguns dos sintomas a alteração do humor de
depressivo para maníaco com sintomas psicóticos, irritabilidade e autoagressão.
Nessa primeira consulta eu iniciei o tratamento com quatro medicamentos
diferentes e o auxílio psicológico duas vezes por semana.
Toda vez
que retornava ao consultório eu tinha a esperança de estar melhor e ela retirar
ou pelo menos diminuir os medicamentos. Não foi isso que aconteceu, pelo
contrário. A cada volta a psiquiatra o meu quadro estava com um novo distúrbio
e as medicações eram aumentadas até chegar a onze remédios e alguns com 3 doses
diárias. Ao longo de 7 meses o meu quadro psicótico teve diversas alterações
até chegar ao diagnóstico de TRANSTORNO
BIPOLAR COM FASES PSICÓTICAS, MANÍACAS E DEPRESSIVA, e a diminuição de
trinta remédios por dia para sete remédios por dia.
Hoje,
com muito mais consciência que no início, eu me pergunto e espero que você
também comece a se questionar:
Em que
momento eu parei de prestar atenção em mim?
Como eu
deixei o trabalho e o dinheiro serem mais importantes que o convívio com a
minha família?
O que
era tão urgente que não poderia ser resolvido depois?
Tinha
necessidade de tentar fazer as coisas na maior “perfeição” possível?
Por que
eu continuava enquanto minha mente falava para diminuir o ritmo?
O que
sobrou de todo aquele esforço e privações?
Hoje uma
das certezas que eu tenho é que nada vale mais que minha saúde mental!
Questione-se, observe os sinais que seu
corpo emite. A ajuda psicológica é muito importante o tempo todo, não tente
aguentar mais um pouco e mais um pouco e mais um pouco...
Nane, tô impressionada com sua clareza e coragem. Parabéns! Vou compartilhar, porque, realmente, precisamos falar e pensar a respeito 😊
ResponderExcluirTrabalhar com o que gostamos sempre é bom , mas as vezes podemos ser duro consigo mesmo devido pressões externas(saber que seu jeito de ensinar pode influenciar a vida de varios alunos, que é claro sempre queremos o melhor para eles é muita responsabilidade sim!) Temos que pegar leva as vezes ganhar um pouco menos em troca de algumas horas de descanso realmente fazem a diferença.
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